© Rodrigo Viellas
A metodologia de Acompanhamento Territorial desenvolvida pelos parceiros da cooperação franco-brasileira na Amazônia tem alguns eixos principais:
As fases da metodologia
O processo de Acompanhamento Territorial não é rígido. As etapas e estratégias variam conforme o projeto. O processo pode começar com a análise de dados e seguir por uma imersão no campo, por exemplo. Ou pode, desde o início, partir de uma abordagem participativa com as comunidades locais. Nesse caso, o processo começa com o empoderamento das comunidades, avança pela construção de conhecimento junto aos pesquisadores e chega à elaboração de mapas, que são um meio concreto para apoiar conversas com o poder público na definição de políticas que possam atender às demandas das comunidades e minimizar os danos do agronegócio e das mudanças climáticas.
Nos dois formatos, são geradas informações adicionais a partir das experiências dos vários atores, o que dá credibilidade na interpretação dos dados e permite a elaboração de conclusões sólidas.
De forma geral, o processo envolve os seguintes passos:
- Concordância sobre o território e seus desafios
- Engajamento e empoderamento dos atores
- Co-produção de conhecimento
- Definição de uma visão de futuro para o território
- Negociação de ações para chegar à visão estabelecida e para evitar cenários indesejados
O território abarcado por um projeto de Acompanhamento Territorial pode ser uma comunidade de um determinado município, um município inteiro ou um conjunto de municípios, desde que a área apresente coerência na gestão, na organização e no potencial de desenvolvimento. A visão de desenvolvimento acordada pelos atores varia de acordo com as características específicas da área geográfica considerada e da população beneficiada.
Para que se defina o modelo de desenvolvimento mais adequado a um determinado território, são mobilizados conhecimentos diversos e complementares:
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- Saberes tradicionais e saberes locais
- Experiências de outros territórios
- Pesquisas e conhecimentos científicos
- Trabalhos cartográficos e análises espaciais
- Levantamentos estatísticos
- Bases de dados secundários
- Tecnologia de informação e comunicação
PROCESSO PARTICIPATIVO
O Acompanhamento Territorial tem entre suas prioridades engajar as populações, uma vez que elas constituem a base do desenvolvimento, inclusive após o fim do projeto. Busca-se o engajamento de atores sociais tanto no diagnóstico territorial, na elaboração da visão de desenvolvimento, e na gestão. Usando as ferramentas de Acompanhamento Territorial, os atores compreendem os desafios da localidade, entendem melhor o espaço em que vivem e definem o tipo de território sustentável desejado.
As pessoas e instituições envolvidas incluem:
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- Pesquisadores, professores, consultores, estudantes e cientistas em geral
- Gestores públicos em escala territorial (executivo e legislativo municipais, Judiciário e agências e autarquias que atuam no território, como Incra ou o Ibama)
- Entidades privadas atuantes no território, a exemplo de instituições financeiras, agroindústrias e cadeias produtivas, sindicatos, cooperativas, e serviços de assistência técnica
Entidades da sociedade civil e comunidades rurais, através dos seus líderes.
Todos esses atores são co-construtores do projeto territorial. Eles se organizam para produzir informações e definir estratégias para alcançar o futuro que desejam para o seu território. Tornam-se protagonistas de mudanças e transições, fazendo uso da rede de conhecimentos e competências co-construídas no processo de Acompanhamento Territorial.
PROCESSO ADAPTATIVO
O Acompanhamento Territorial não é estanque. O processo é adaptativo, e também participativo, porque suas etapas são construções coletivas, com entendimentos e aprendizagens progressivas. Os atores envolvidos estão em permanente negociação, sempre buscando ações e inovações com potencial para tornar o desenvolvimento mais sustentável. Assim, a ênfase está no engajamento, nas interações sociais entre os atores, nos processos de decisão e no monitoramento constante das mudanças.